Verônica Aguiar – A Tribuna – 02/01/21
Foram abertos 4.593 empreendimentos nesse setor em 2020. A seguir, vieram os serviços de promoção de vendas: 3.231
No ano passado, 68.813 novos negócios ganharam vida no Espírito Santo. No ranking dos mais abertos, as lojas de roupas, calçados e acessórios lideram, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Nesses segmentos, foram abertas 4.593 lojas, sejam elas físicas ou online.
Já em segundo lugar no ranking ficaram os serviços de promoção de venda com 3.231 novos negócios, que inclui panfletagem, produção de material promocional e arte para divulgação, por exemplo. Em terceiro lugar estão cabeleireiro, manicure e pedicure, com 3.141 novos empreendimentos.
A maioria dos empreendedores tem buscado investimentos com nível de barreira de entrada baixo, ou seja, que não precisam de muito dinheiro, conforme disse o gerente de competitividade e produtividade do Sebrae/ES Luiz Felipe Sardinha.
Ele explicou que o grande volume de demissões que aconteceu por causa da pandemia, a simplificação na legislação para abertura do próprio negócio e a baixa taxa de juros são fatores que estimulam o empreendedorismo. “Há aqueles que estão precisando buscar uma fonte de renda e aqueles que, com a taxa de juros baixa, empreendem para remunerar melhor o capital”, exemplificou.
A empreendedora Sara Siqueira, 36 anos, por exemplo, abriu uma loja de sapatos na Praia da Costa, em Vila Velha. “Os vizinhos do bairro abraçaram muito a loja e tem sido um sucesso”, destacou.
A consultora de empreendedores criativos Sandra Mara Selleste explicou que, para um negócio dar certo, o empreendedor precisa entender que inclusão digital não é mais opcional. O negócio precisa estar presente na internet. Outra questão que ela destacou é o atendimento. “Geralmente as pessoas não prestam atenção na hora que estão atendendo. Não abrem a escuta empática para entender a necessidade do cliente, e isso é essencial”. Ela explicou que, se o cliente pede algo e quem o atende não está tendo um escuta empática, ele acaba entregando outra coisa. “Aí vem a frustração e essa frustração é o atendimento ruim”, destacou a consultora
“VIVEMOS BOM CONTEXTO PARA QUEM DESEJA EMPREENDER”
A era de ouro do empreendedorismo é agora, segundo o gerente de competitividade e produtividade do Sebrae/ES, Luiz Felipe Sardinha. “Temos um contexto muito favorável para quem quer empreender, com várias ferramentas e conhecimento disponível na internet. Além disso, para muitos segmentos não há necessidade de grandes investimentos”. Ele destacou que ao mesmo tempo também há um legislação favorável a abertura de novos negócios.
Neste cenário, a consultora de empreendedores Sandra Mara Selleste explicou que o empreendedor tem de olhar cada cliente como se fosse único. “Isso é um delimitador entre sucesso e fracasso do negócio”. Quando o cliente vai comprar um presente, por exemplo, o ideal é reunir informações sobre quem vai ser presenteado. Se for uma roupa, é preciso perguntar, além do tamanho: a pessoa é mais calorenta, gosta de tecido mais leve, usa transparência? “Isso é tão mínimo. Se o consumidor passou em uma loja, tem na cabeça que lá consegue comprar o que procura. O empreendedor vai criando a perenidade do negócio”.