Verônica Aguiar – A Tribuna – 12/07/21
Após perder o emprego ou ver clientes sumirem por causa da pandemia, profissionais mudam de área, fazem sua aposta e já se consolidam.
É nas crises que surgem as oportunidades. E foi a necessidade de garantir uma renda durante a pandemia que levou profissionais a apostarem nas próprias ideias, fazendo surgir negócios promissores que vêm se tornando empresas de sucesso.
Exemplo são as irmãs Patrícia, 44 anos, Cristiane, 42, e Camila Arantes, 38, que viram a própria agência de viagens perder todo o movimento.
Sem clientes, elas mudaram drasticamente de atividade.
Com a recomendação da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) para o isolamento social, resolveram criar a “Feira em Casa das Meninas”. Elas compram verduras, legumes e frutas dos produtores.
Com a ajuda da mãe, Tereza Loffredo, 68, preparam os kits.
As irmãs levam os alimentos até a casa dos clientes. Chegam a entregar até 25 kits, que custam a partir de R$ 30, emumdia. “Com tantos pedidos, achamos até que não daríamos conta”, lembrou Patrícia. “Somamos os clientes da agência, com indicações e clientes novos ”, acrescentou Cristiane.
Como elas, as empreendedoras Natasha Gonçalves Damásio, 29, e Larissa de Tassis Rugerinni, 32, se reinventaram. Elas lançaram a empresa Tem Café Box, após Natasha perder o emprego e Larissa fechar as portas de sua esmalteria.
Elas fazem caixas personalizadas, com doces, biscoitos caseiros, coração trufado, bolinho, geleia, para consumir ou presentear. “Começamos para café da manhã, depois adicionamos vinho, cerveja e o café do Estado”, disse Natasha.
Elas se adaptam às datas comemorativas.
São exemplos a caixa de risoto do Dia dos Namorados e a de Festa Junina. “No Dia dos Namorados, ficamos 45 horas sem dormir, para dar conta das entregas”, lembrou Natasha. Elas vendem em média 30 caixas por semana, a partir de R$ 79,90.
SAIBA MAIS
Empreendedor
> EMBORA exista um entendimento de que o empreendedor é aquele que abre o próprio negócio, o significado dessa palavra vai muito além.
> EMPREENDEDOR é aquele que é capaz de identificar oportunidades e colocá-las em prática. Mas é possível fazer isso, inclusive, trabalhando em um empresa. Sem, necessariamente, ser o dono dela.
Momento
> COM TODAS as mudanças de hábitos trazidas pela pandemia surgem novas necessidades dos consumidores. Que, para os empreendedores, são oportunidades de resolver problemas e criar novos negócios.
> CONTUDO, existe um medo de que os negócios que estão se desenvolvendo hoje não tenham espaço no pós pandemia.
Medo
> CONTUDO, especialistas alertam que, os hábitos criados na pandemia vão se manter. Em seu livro, “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, Stephen Covey diz que para se adquirir um hábito leva nove meses. Até a sociedade ter uma vacina, esse tempo já terá se passado.
Estratégia
> PARA QUEM criou um negócio que está fazendo sucesso agora, a estratégia é fidelizar os clientes. Mostrar para eles o motivo pelo qual comprar nesse novo negócio é melhor do que usar qualquer outra estratégia de compra.
Experiência
> OS CLIENTES estão atentos ao comportamentos das marcas, ao posicionamento das empresas diante de situações difíceis. Mais que produtos e serviços, eles compram experiências. E essa pode ser a chave entre a permanência ou não no mercado de empresas que estão se destacando.
Fonte: Glaucio Siqueira, Especialista em gestão estratégica e empreendedorismo; Jeffersom Cabral, diretor de relacionamento com o mercado da UVV; empreendedoras entrevistadas.