GENGIBRE VIRA MOEDA ATÉ PARA COMPRAR CARRO E CASA

gengibre capixaba

Verônica Aguiar – A Tribuna – 16/05/2021

Vegetal tem potencial de valorização, e a caixa com 15 kg já chegou a R$ 150.

O Estado é o maior produtor e exportador. O gengibre é para mim o que o real é para você”, afirmou Josué Edmundo

Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do Brasil. Os maiores produtores no Estado são, respectivamente, os municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins.

RISCOS

A operação envolvendo a raiz como moeda de troca, claro, está sujeita a riscos. E o risco é para ambas as partes. Isso porque, mesmo quando a compra é feita antecipadamente, o pagamento é feito na colheita do produto.

Maior produtor do País

> O ESPÍRITO SANTO é o Estado que mais produz gengibre no Brasil. De acordo com o IBGE, a produção no Espírito Santo em 2019 foi de 26.660 toneladas e, em 2020, de 35.940 toneladas.

Municípios

> OS MAIORES produtores de gengibre no Estado são, respectivamente, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins. Em todo o Espírito Santo, a produção é feita em cerca de 700 propriedades. São 1.200 famílias envolvidas no processo, que vai desde o preparo do solo até embalar o produto para exportar.

Exportação

> CERCA de 85% da produção de gengibre é exportada, principalmente para os Estados Unidos, Canadá e países da Europa Ocidental.

Preço

> O PREÇO é muito variável. Como a China é o maior produtor mundial, quanto mais ela produz menor fica o preço no Brasil, que em média é de R$ 25 a R$ 50 a caixa de 15 kg. Atualmente está em R$ 25 o convencional e R$ 50 o orgânico.

> NO ANO PASSADO, como a China passou por problemas climáticos e também teve a produção afetada pela pandemia, a caixa do convencional chegou a custar R$ 150 e a do orgânico R$ 155.

Origem

> O CULTIVO foi introduzido no Estado na década de 1970, por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Santa Leopoldina e agricultores, que juntos foram a São Paulo e trouxeram mudas da planta para cultivar.

Moeda de troca

> EM CIDADES produtoras de gengibre é comum que produtores rurais utilizem a raiz como moeda de troca para a compra de produtos, casas, carros, imóveis, motos, tratores, sistemas de irrigação para a plantação, entre outros.

> GERALMENTE, o pagamento é feito na colheita. O risco que se corre é de o preço do produto subir ou cair, dando prejuízo ou aumentando o lucro.

> NORMALMENTE o produtor usa a raiz como moeda de troca diretamente com o comprador de gengibre, que exporta o produto. Mas também são feitas transações com pessoas que não são do ramo.

 

Fonte: Incaper e pesquisa AT