Verônica Aguiar – A Tribuna – 02/05/2021
No Estado também estão sendo desenvolvidos aplicativos que podem ajudar os mais diversos públicos. Entre eles, estão o Jade Autism, voltado para o desenvolvimento cognitivo de crianças do espectro autista.
O empresário Ronaldo Lima Cohin Ribeiro, 37, desenvolveu um aplicativo para ajudar no desenvolvimento de crianças do espectro autista. Ele consiste em um jogo de estímulo cognitivo. Enquanto a criança joga, no celular dos pais, relatórios sobre seu desempenho são enviados em tempo real para o terapeuta dela.
Dessa forma, o profissional consegue avaliar aspectos da cognição. Como exemplo, onde está o maior e o menor foco de atenção do pequeno. Isso ajuda o terapeuta a mudar a abordagem de acordo com a necessidade das crianças. “Mudando a abordagem conseguem resultados 42% mais rápido de curto e médio prazo”, explicou.
Também desenvolvido no Estado, o garçom digital Takeat vem sendo de grande utilidade para empresários, principalmente devido à pandemia. E, contribui também para os consumidores evitarem contato durante o atendimento.
O empreendedor e criador da tecnologia Miguel Macedo de Carvalho Filho, 27 anos, explicou como funciona. “O cliente chega em um estabelecimento e com o próprio celular lê um QR Code que disponibiliza para ele o cardápio, canal para tirar dúvidas”.
O sistema vem mudando a perspectiva de empresários. “Há clientes que iam fechar o negócio por causa da pandemia e conseguiram mantê-lo devido à tecnologia, que reduziu custos”.
Ambos também fazem parte do programa Centelha. “O Estado tem um potencial grande de inovação”, destacou a coordenadora do programa Ana Ivone Marques.
Ela deixou no ar: “A gente ainda não descobriu um unicórnio. Mas, daqui a algum tempo, ele pode aparecer”. Unicórnio é o termo utilizado para startups cujo valor de mercado é superior US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões).
Outro aplicativo que foi fundado no Espírito Santo é o PicPay, cujo o número de clientes gira em torno de 40 milhões. A maior fintech do País em número de usuários entrou com pedido de abertura de capital na bolsa americana Nasdaq.
Wagner Fafá, presidente do Instituto Brasileiro da Inovação e organizador do salão do inventor brasileiro que este ano estará na 24ª edição destacou: “Depositamos muitas patentes. Mas ainda há muitas invenções que merecem ser, mas não são patenteadas”.
PROCESSO SOBRE PRAZO DE PATENTES
Uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a eficácia do Artigo 40 da Lei nº 9.279/1996 está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal ( STF). A regra determina que o prazo de vigência da patente não pode ser inferior a 10 anos para invenção e a sete anos para modelo de utilidade.
A PGR entende que o artigo confere prazo de vigência indeterminado às patentes, em caso de demora na análise pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O que, para a PGR, é inconstitucional.
Na última quinta-feira, o ministro Dias Toffoli iniciou seu voto pela inconstitucionalidade da regra. Para ele, a previsão “torna automática a prorrogação da vigência de patentes e possibilita a formação de monopólios por tempo indeterminado e excessivo, em clara violação a princípios constitucionais”, segundo o site do Supremo.
Wagner Fafá, presidente do Instituto Brasileiro da Inovação e organizador do salão do inventor brasileiro que este ano estará na 24ª edição destacou: “Tem que ver a quem interessa acabar com esse prazo de patente. Por outro lado, essa é uma medida protecionista. Protege o cientista nacional, mas o pessoal de fora não vai ter coragem de entrar com pedido de patente no Brasil. Tem que ver ser é constitucional ou não fazer essa alteração”.
Fafá explicou que o processo de patente no Brasil demora muito para ser concluído. “Fiz uma patente para uma empresa em 2005 e o processo só foi concluido este ano”, exemplificou.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) informou que não irá se pronunciar sobre o julgamento da Ação Direta da Inconstitucionalidade nº 5529.