Simony Giuberti – A Tribuna – 24/01/21
Em 2020, foram 1.019 reclamações no Procon contra os serviços financeiros pelo celular, enquanto no ano anterior foram 285
A transformação tecnológica dos últimos tempos fez com que o uso das chamadas fintechs, ou bancos digitais, se tornasse mais comum entre os consumidores de todas as idades. E, com o aumento do número de usuários, cresceram também os problemas.
Somente no ano passado, o Procon Estadual recebeu 1.019 reclamações a respeito de fintechs, um aumento expressivo quando comparado com as 285 queixas de 2019. Isso fez com que a modalidade entrasse para as primeiras colocações do ranking das que mais receberam reclamações no ano, ao lado dos bancos tradicionais.
“Com a pandemia os consumidores passaram a aderir a essas novas tecnologias. O número de consumidores aumenta e com isso as reclamações. Somente em 2021 já foram 35 queixas registradas”, explicou o diretor-presidente do Procon-ES, Rogério Athayde. O consultor de Segurança da Informação Paulo Roberto Penha, afirmou que uma das dificuldades encontradas pelos usuários é a dificuldade de comunicação com os bancos digitais. Porém, o formato de atendimento está mudando. “Nem todo mundo está acostumando com esse tipo de serviço ainda. A comunicação é um grande problema, porque muitas pessoas querem um ser humano para conversar, e hoje os atendimentos nesses bancos digitais é feito majoritariamente por máquina, mas eles estão se adaptando e já existe o atendimento com pessoa”, disse. Ele destacou ainda que grande parte das pessoas que passam por problemas com os bancos digitais são os idosos. “Atualmente os idosos e as pessoas mais humildes são os que mais sofrem para se adaptar à vida digital. Estes usuários com dificuldades devem pedir ajuda a um parente próximo, por exemplo. Pois é possível se adaptar”.
O especialista em Tecnologia da Informação Eduardo Pinheiro afirmou que a estimativa é de que cerca de 500 mil capixabas já utilizem as fintechs. Ele revelou que é preciso buscar informações sobre o serviço para a utilização. “A principal dica de segurança é buscar orientação de um profissional de confiança e com experiência em investimentos em carteiras digitais. Se aventurar nesse segmento sem muitas informações seguras pode se tornar um pesadelo para as finanças pessoais”.
NÚMERO DE USUÁRIOS DISPAROU NA PANDEMIA
Aumento de usuários
>O USO DAS CHAMADAS fintechs, ou bancos digitais, foi alavancado no ano passado por causa da pandemia do novo coronavírus. As pessoas passaram a usar mais serviços online para fazer compras, receber dinheiro e resolver outras questões.
>COM O AUMENTO de usuários, também cresceram os problemas em relação ao uso do serviço.
>SOMENTE NO ANO PASSADO, o Procon Estadual recebeu 1.019 reclamações relacionadas ao uso de bancos digitais. Em 2019, a quantidade de queixas registradas foi de 285. Já este ano, somente em janeiro, 35 pessoas reclamaram dos serviços junto ao órgão.
AS RECLAMAÇÕES QUE MAIS SE DESTACARAM EM 2020 NO PROCON ESTADUAL FORAM:
>1)BANCOS: 2.244, incluindo 1.019 dos bancos digitais.
>2)TELEFONIA MÓVEL: 2.102
>3)FINANCEIRA : 2.066
>4)CARTÕES DE CRÉDITO: 1.692
>5)TELEFONIA FIXA: 1.067
>6)ENERGIA ELÉTRICA: 1.052
>7)ESTABELECIMENTOS comerciais: 980
>8)APARELHO DE TELEFONE: 831
>9)MÓVEIS: 675
>10)ÁGUA E ESGOTO: 648 Cuidados com o uso
>UMA DAS PRINCIPAIS dicas antes de abrir uma conta digital é pesquisar sobre os bancos e comparar todos seus benefícios e desvantagens.
>É IMPORTANTE QUE o consumidor verifique a plataforma do banco e quais são os canais de atendimento que estão disponíveis em casos de problemas. Se ele não se sentir confortável com o perfil da fintech, ele deve optar por um banco físico.
>SEMPRE DESCONFIAR de links suspeitos, e-mail, SMS, e mensagens via redes sociais enviadas em nome dos bancos digitais. Eles costumam entrar em contato com o consumidor apenas por meio do aplicativo.
>É PRECISO ter cuidado com a senha escolhida para o app, pois o código dá acesso às principais ações bancárias. O usuário deve criar uma senha forte e não repassar a ninguém.
Fonte: Especialistas citados e Pesquisa AT